14-01-2014: A última parte da Guatemala


Há muito tempo atrás, já havíamos contactado a Red Nacional por la Integridad – RNI. No próximo post, descreveremos o seu trabalho em maiores detalhes. Passamos alguns dias na capital para conhecer as fundadoras da organização que nos receberam muito bem. Juntos, planejamos nosso itinerário pelo país e os grupos com os quais trabalharíamos. Decidimos utilizar uma metodologia chamada Vídeo Participativo para trabalhar com cada um dos grupos de jovens parte da RNI. Com essa metodologia, nós atuamos como facilitadores da técnica e todos os integrantes do grupo envolvido são os responsáveis e possuem controle total sobre filme que desejam criar. Isto inclui o tema a ser abordado e como cada cena é filmada. Todos participam! Esta é uma excelente metodologia que pode ser utilizada para trabalhar com diversas finalidades e grupos diferentes. Em breve iremos descrever em maiores detalhes como funciona e como foi nossa experiência trabalhando com os grupos na Guatemala.
 
Nosso primeiro grupo foi na cidade de Hueheutenango, um lugar muito agradável onde nos hospedamos com Chancho em outro estacionamento! O tema escolhido por eles foi a insegurança e o filme foi feito em 2 dias! Postamos o vídeo no nosso canal no Youtube e você pode assisti-lo aqui ! Também colocamos as legendas em português, basta clicar em CC . Assine o nosso canal para ter acesso aos os nossos vídeos sempre que sejam postados!
 
A próxima parada foi no belíssimo Lago Atitlán, onde decidimos passar um dia na cidade de Panajachel, passeando pelas lojas de artesanato e caminhando ao longo da margem do lago. Estacionamos durante a noite na estação de bombeiros local. No final da manhã seguinte, nos dirigimos para Chicacao para trabalhar com os seguintes grupos. Passamos estradas na montanha realmente muito belas, com uma vista incrível do lago, definitivamente um dos lugares mais bonitos do país.
 
Pierre e Carson foram fazer uma caminhada de 4 dias passado por alguns vulcões em uma trilha nas montanhas e terminando outra vez no Lago Atitlán. Por isso, depois de conhecer o próximo grupo de jovens e estacionar Chancho, tomaram um ônibus para Xela. Enquanto isso, a Thays ficou hospedada na casa da querida família Wong, foi jurada no concurso de Miss Paz Jóven e trabalhou durante os dias seguintes com os dois grupos de jovens da área – Red de Chicacao e Red de Mazatenango. Ambos os grupos também fizeram seus vídeos participativos. Os temas escolhidos foram gravidez na adolescência e violência, respectivamente. Os vídeos podem ser vistos aqui, e aqui.
 
Depois de que os meninos voltaram de sua viagem, fomos Antigua para explorar a cidade colonial e trabalhar um pouco nas coisas da expedição. Em Antigua pudemos reencontrar alguns de nossos amigos e feitos durante a viagem e colocar a conversa em dia. Próximo à cidade, fizemos um passeio à tarde até o vulcão Pacaya. A última grande erupção ocorreu em 2006 e ainda é possível ver o caminho que foi percorrido pela lava. Próximo ao topo que ainda tem pequenas erupções de lava, tudo está quase completamente sem vegetação e podemos ver buracos de onde sai fumaça e calor. Uma paisagem inóspita que ao final do passeio foi emoldurada por um belíssimo por do sol.
 
No fim de semana, tivemos a oportunidade de participar da convenção nacional da Red Nacional por la Integridad, o encontro de coordenadores para apresentar os resultados de todas as pesquisas e do trabalho que todos os grupos têm feito pelo país . Pudemos nos reencontrar com alguns dos jovens com que havíamos conhecido antes e também fomos convidados a apresentar o projeto da Expedição Mutare e compartilhar nossa experiência de trabalhar com a Red para o resto dos grupos de jovens. Participamos de reuniões e workshops que nos ajudaram a melhor compreender o trabalho que a organização está fazendo na Guatemala. Estar ali nos inspirou muito, foi uma grande oportunidade ver tantos jovens tão dedicados a fazer do seu país e do mundo um lugar melhor! Ao final da convenção no domingo, nos unimos a Juanita Barrera, a coordenadora do quarto e último grupo com o qual trabalhamos na Guatemala. No caminho a El Progreso, ouvimos barulhos horríveis do Chancho e descobrimos que uma correia se estava desintegrando completamente. Chegando à sua cidade natal, Juanita conseguiu um bom mecânico e acomodou os meninos em um hotel e a Thays na casa da sua mãe, uma senhora muito amável que nos recebeu como se fôssemos parte da sua família. Durante a próxima semana, trabalhamos com o grupo da Red de Asunción Mita. O vídeo participativo produzido por ele era enfocado em um problema de poluição ambiental: e o despejo ilegal de lixo que logo atrás da escola local. Depois de alguns dias de trabalho duro, o filme ficou pronto e você pode vê-lo aqui.
 
Em El Progreso, passamos os dias trabalhando, comendo quesadillas (um bolo de queijo) e assistindo a vários jogos de basquete do pequeno mas competitivo torneio local. Jan-Malte, o nosso amigo alemão, veio de ônibus da capital ao nosso encontro, a fim de viajar com a gente através da fronteira e entrar em El Salvador. Depois da inevitável triste despedida na manhã seguinte (já nos sentíamos como parte da família neste momento) tomamos a estrada quando de repente começamos a ouvir barulhos estranhos no motor. Conseguimos alcançar um posto de gasolina na saída da cidade, Carson agarrou o extintor, mas felizmente não havia fogo. Depois da proeza de conseguir um mecânico em pleno domingo, descobrimos que o nosso alternador tinha queimado. Mas isso significava que estaríamos presos em El Progreso e na Guatemala por mais um dia. No final, o atraso foi bom pois a Thays teve a oportunidade de assistir a um dos workshops de capacitação oferecidos pela Red Nacional por la Integridad ao grupo de Santa Catarina Mita e ver em primeira mão o excelente trabalho que fazem. Juanita estava dando a aula do último módulo do ” Mentores pela Integridade “o programa que tem como objetivo ensinar habilidades aos jovens para que eles sejam capazes de trabalhar de forma eficaz em suas comunidades!
 
Finalmente por volta das 14h00 da segunda-feira, o mecânico substituiu o alternador e estávamos prontos para a ir pra fronteira! Desta vez Chancho se comportou perfeitamente bem. Quanto a cruzar a fronteira, tudo deu certo, mas passamos mais de três horas em pé, fila depois de fila, entregando todos os documentos possíveis a vários funcionários diferentes…e assim entramos em El Salvador!