07-03-2015: A Expedição Mutare entra na América do Sul


11 de maio a 16 de junho de 2014 – Escrito por: Thays

Com o fim da passagem da Expedição Mutare pela América Central, muitas coisas na Expedição Mutare mudaram. O motorhome Chancho foi vendido, o Carson terminou sua participação no projeto e a partir daqui eu, Thays, segui sozinha pela estrada, viajando de ônibus, carona ou barco, mas ainda com o objetivo de trabalhar com organizações sem fins lucrativos, cooperativas sociais e projetos comunitários.

Ao cruzar a fronteira do Panamá para a Colômbia de maneira pouco convencional (leia o post aqui), fui direto para a cidade de Cartagena visitar dois amigos que haviam começado sua própria ONG. A Ana e o Alex, uma colombiana e um inglês, fundaram a “Colombia para el Futuro” e estavam iniciando as atividades em Cartagena. A cidade é uma das mais turísticas do país devido à sua beleza colonial. Porém, uma comunidade esquecida pelas autoridades há muito tempo é a sede do projeto da organização. Boca Chica é uma ilha onde não há água corrente ainda e os moradores só conseguiram que fossem feitas as instalações para fornecer eletricidade para a comunidade depois de fazer um protesto e fechar com barcos o único acesso ao porto de Cartagena, para conseguir a eletricidade após 7 anos de falsas promessas do governo local.
Visitando Boca Chica

Visitando Boca Chica

Visitei com eles a escola de Boca Chica e eles me contaram sobre todo o projeto de recuperação da área do pátio da educação infantil, que estava praticamente em escombros. Hoje o projeto já foi terminado e você pode visitar o site da Colombia para el Futuro e ver o resultado desse trabalho. Eles recebem voluntários!
A Colômbia foi o país perfeito para começar a viajar sozinha. Os colombianos são famosos entre os viajantes por serem um dos povos mais acolhedores de toda a América Latina, e eu não posso discordar! As pessoas te cumprimentam na rua com um sorriso e fazem tudo que podem para ajudar. Um episódio que não esqueci foi quando pedi informação para um homem na rua em Guatapé para encontrar um ônibus. Acabamos vendo o ônibus passando ao longe e ele foi correndo junto comigo por três quadras para alcançar  o ônibus.
Thays no topo da pedra de Guatapé

Thays no topo da pedra de Guatapé

Durante todo o período de viagem na Colômbia, que foi aproximadamente um mês, fiquei apenas 3 noites em hostels. Todas as outras noites eu fui acolhida na casa de alguém. Amigos, amigos de amigos e até novos conhecidos abriram as portas de suas casas para mim. Carolina, mãe da Ana me recebeu em sua casa de Bogotá por uma semana e até ao hospital me acompanhou quando tive uma crise de enxaqueca! Ainda pude contar com o apoio de amigos de amigos para deixar uma de minhas malas na Colômbia para ser trazida para o Brasil depois. Quanta generosidade!
A hospitalidade não foi diferente quando cheguei à Cali, a cidade onde fiz o voluntariado em uma parceria com a Asociación Casa Cultural El Chontaduro. Duas moças, membros da organização se revezaram e fiquei hospedada em suas casas. A organização estava localizada em Marroquín III, um bairro na periferia da cidade. A experiência do trabalho com o Chontaduro foi inesquecível, contarei mais no próximo post!
Saindo de Cali, segui para Popayán, onde a contadora da ong muito amável,  me hospedou em sua casa. De lá, fui até Tierradentro para conhecer as incríveis tumbas construídas embaixo da terra por uma civilização que habitava a região seculos atrás. Um lugar muito curioso e interessante para quem gosta de arqueologia. Recomendo a visita!
Entrando nas tumbas de Tierradentro

Entrando nas tumbas de Tierradentro                      O interior de uma das tumbas

E assim chegou ao fim minha passagem pela Colômbia, com minha última parada em uma bela igreja construída na cidade da fronteira. Mal sabia eu o que me esperava na entrada no Equador…mas isso é assunto para outra hora!
Catedral em Ipiales

Catedral em Ipiales